quem se importa?

talvez eu esteja acumulando muita carência. talvez eu esteja querendo agradar tanto os outros e esquecendo de agradar a mim mesma.
ninguém tem que ficar triste só porque eu estou triste. mas eu quero que todo mundo fique feliz porque eu estou feliz. só quero dividir as coisas boas... e isso não deve ser lá muito saudável.
eu me sinto sozinha. sem nem ter como correr para os braços da minha família. que é tão estranha e distante. estranha. ninguém conversa, ninguém compartilha, ninguém nem se olha as vezes. e eu não faço nada. quer dizer,  eu ando desistindo das pessoas... outra coisa nada boa.
eu ganho muitos presentes. teclo agora por um deles... e é de presentes materiais que falo sim.
se eu pudesse escolher agora, pra poder voltar a ser criança e receber essa educação, eu escolheria merecer algo pra poder ganhar. não estou reclamando do que eu ganhei, mas sim de como eu ganhei... não que eu não merecesse também...
tudo tão fácil e bom que a gente se acostuma. e se acostuma muito mal. a vida não é linda todo dia. salvo os dias que você acorda querendo comer o mundo de abraços e sorrisos. mas quando não está tudo bem?
ai eu tento achar aquela família, que não é a minha, aquela linda e perfeita dos filmes. em que é tudo conversado, sem ma.chu.car...
eu nunca fui de responder ou de ferir alguém de graça.
sempre fui a perfeitinha, o exemplo de filha, a boazinha...
isso tudo, num contexto claro de que a ana laura não poderia sair do campo de controle dos pais.
assim é fácil não cometer erros. muito fácil mesmo. (mais uma coisa nada saudável pra minha lista).
eu tentava algumas escapadas. mas era, em TODAS, repreendida. "do SEU jeito não tá certo", "não é assim que se faz". ou apanhava mesmo. muito. de graça! e eu não entendia essa cuidado, e até hoje não concordo que foi um cuidado...
dói saber que outras pessoas e crianças, foram e vão além do que eu fazia. porque pra mim, essa segunda opção simplesmente nunca existiu. essa opção de TER A MINHA OPINIÃO nunca existiu.
outro dia tava tentando lembrar de alguma coisa que eu fiz por mim, pela minha vontade quando era criança...
e foi um vazio total. desses que não vem nada a cabeça a não ser aquela música de rimas fáceis que nunca sai da cabeça...
manipulação. briga. bronca. palmada. choro. incompreensão.

mas...
quem se importa?

devo ser forte, acho. e enfrentar a vida ERRANDO bastante, de um jeito que nunca me foi apresentado.

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